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A agressão é a principal razão pela qual os donos de cães me procuram. É também um dos problemas de comportamento mais carregados de emoção e incompreendidos. Quando alguém diz: “Meu cachorro me mordeu” ou “Meu cachorro mordeu alguém”, o medo e a frustração geralmente tomam conta – e os mitos rapidamente preenchem as lacunas onde falta conhecimento.
O problema é que esses mitos não apenas enganam as pessoas; eles podem piorar muito a situação de um cachorro. Vamos quebrar os cinco maiores mitos sobre cães agressivos – e o que realmente está acontecendo, com alguns casos reais do meu trabalho sobre comportamento canino.
Mito nº 1: cães agressivos são “maus” ou “maus”
A verdade: a agressão não é um traço de personalidade – é um comportamento. É como um cão se comunica quando se sente inseguro, estressado ou preso.
Certa vez, trabalhei com um pastor alemão chamado Max, que foi rotulado de “cruel” porque rosnava e atacava os visitantes. Quando o conheci, ficou claro que ele não era “mau” – ele estava apavorado. Suas primeiras experiências não incluíram a socialização adequada e os visitantes pareciam uma ameaça real para ele. Depois que sua família aprendeu a reconhecer seus sinais e construímos sua confiança por meio de exercícios de comportamento estruturado, sua “maldade” desapareceu. Ele não era mau – ele estava com medo.
Mito nº 2: A agressão surge do nada
A maioria dos proprietários me diz: “Ele simplesmente estourou!” Mas a agressão quase nunca surge do nada. Os cães dão sinais de alerta – postura rígida, olhar duro, rosnar, levantar os lábios ou até mesmo evitar o contato visual. O problema é que os humanos muitas vezes não reconhecem esses sinais até que se transformem em uma mordida.
Bella, uma Cocker Spaniel, tinha um histórico de morder quando as pessoas tentavam pegá-la. Para sua família, as mordidas pareciam imprevisíveis. Mas quando revisamos as gravações de vídeo, vimos que ela estava congelando, virando a cabeça e mostrando o branco dos olhos muito antes de morder. Esses sinais foram perdidos. Depois que a família aprendeu a respeitar esses sinais de alerta e a mudar a forma como a abordavam, a agressão “repentina” cessou.
Mito nº 3: Certas raças são naturalmente agressivas
Os estereótipos de raça são poderosos – mas enganosos. Nenhuma raça é inerentemente agressiva. A genética pode desempenhar um papel nas tendências, claro, mas o ambiente, a educação e o treinamento são muito mais poderosos. Já vi Golden Retrievers com sérios históricos de mordidas e encontrei Pit Bulls que eram tão gentis quanto cães de terapia.
Certa vez, um cliente me ligou falando sobre Diesel, um rottweiler que os vizinhos temiam. Na verdade, ele era um dos cães mais sociais que já conheci – mas tinha uma frustração na coleira que causava investidas e latidos. Depois que resolvemos essa frustração com saídas adequadas e modificações de comportamento, ele se tornou o favorito da vizinhança. Sua raça não era o problema – seu treinamento era.
Mito nº 4: A punição impede a agressão
Este é perigoso. A punição pode silenciar um rosnado ou interromper um estalo no momento, mas não resolve o problema. Na verdade, isso piora as coisas porque o cão aprende que seus avisos não são seguros. Quando os sinais de alerta são punidos, o cão pula direto para a mordida.
Trabalhei com uma labradora chamada Daisy, que era “corrigida” com uma coleira antichoque (de acordo com as instruções de um treinador de cães) sempre que rosnava para os convidados. Com o tempo, ela parou de rosnar completamente – mas depois começou a morder sem avisar. Depois que removemos a punição e nos concentramos em mudar sua resposta emocional por meio de contracondicionamento, dessensibilização e manejo seguro, suas explosões agressivas diminuíram drasticamente.
Mito nº 5: Um cão agressivo não pode ser ajudado
Este é o mito mais comovente. Muitos cães agressivos acabam sendo realojados ou sacrificados porque os donos acham que não há esperança. Mas com o plano certo, muitos cães pode fazer grandes melhorias. Todo cão agressivo se tornará um cão de terapia? Não. Mas a maioria pode viver vidas seguras e felizes com apoio e gestão adequados.
Rocky, um resgate mestiço, mordeu vários membros da família por causa da comida. Seus donos estavam no limite. Através de um manejo cuidadoso (alimentação em um espaço seguro) e modificação de comportamento, Rocky aprendeu a relaxar perto da comida e parou de vigiar. A família o manteve e ele prosperou.
Considerações Finais
A agressão não é uma falha moral – é uma forma de comunicação. Os cães não acordam um dia e decidem ser “maus”. Eles reagem ao mundo à medida que o vivenciam. Se o seu cão está demonstrando agressividade, o primeiro passo é entender o “porquê” disso. Com compaixão, paciência e orientação profissional, a mudança é possível.
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